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“Saímos de uma comédia ou entramos num drama?”¹ – as frustrações amorosas

          Tomo a liberdade de falar sobre um assunto que me atrai e sempre gera uma enorme sequência de áudios no Whatsapp quando em um grupo ou numa conversa de amigas surge o assunto.        Eu sempre detestei o fim das coisas: o final de um filme maravilhoso, um livro que me despertou o interesse, a viagem que eu sempre quis fazer, as férias e até hoje eu sinto uma tristezazinha quando chega o domingo. Porém, o assunto hoje é sobre relacionamentos e términos. Sinto meu peito abrir agora, porque, além de ser algo do qual eu pude experimentar os dois papéis: romper e levar um pé na bunda, sempre consigo tirar algo de maravilhoso de qualquer coisa que aconteça na minha vida.         Meu namorado chama isso de “dom de sobrenaturalizar”. Acho que é dom mesmo, ou eu encarnei de fato a Pollyana quando li o livro na infância. O que acontece é simplesmente o fato de eu conseguir hoje olhar para trás e aprender com cada relacionamento que não foi bem-sucedido. FOLLOW THE BAILE – apr
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Voltei

Torno a escrever sem muito afinco Palavras insistentes como uma torneira pingando água num balde que apara aquilo que eu não sei medir As palavras Não sei a métrica que conserva Mas tento seguir o ritmo das orações nos versos ditos apressados pelos supostos fieis A poesia é uma necessidade Que me ampara quando caio das alturas Quando esqueço o que eu sou me mantém fiel a mim mesma A poesia é uma oração dita e vinda tantas vezes com insistência Repetida até ser perdida na monotonia Para, numa iluminação, apreendida ser novamente Escrevia de forma impulsiva Parei de escrever por medo Tornei maior a minha dor Por medo de dizê-la Até o maior dos poetas um dia Analfabeto já foi Eu sou amétrica Sem escola e ainda assim me exponho São necessários anos para fazer uma epopeia que dure mais outros anos Mas quem disse que eu quero ser boa? Eu só quero ser a cada dia mais eu.

A simplicidade tem vida longa¹

É preciso se esforçar para ter tempo de parar. Parece desperdício tirar um cochilo na hora do almoço, mas não o é passar da hora de dormir por estar no celular. Não é a questão da pressão rotineira, da falta de dias de folga. É questão de priorizar o que nos mantém próximos de nós mesmos. Quero um tempo livre para assistir minhas séries, adiantar os trabalhos da faculdade, organizar minhas fotos na galeria, mas caótico mesmo é passar um tempo apenas comigo, olhando qualquer coisa – grande ou pequena – sendo iluminada tão somente pela luz do sol. Não reconheço mais o som da voz do meu cantor favorito, nem lembro mais que música é esta que toca agora e da qual gosto tanto! Por outro lado, já me irrita o barulho do despertador e água do café que só falta não ferver. Sinto cheiro de maconha longe, mas esta flor – qual é? Vida no campo é tema do arcadismo. A moda agora é viver inventando moda para esconder que nossa vida moderna é um tédio. No seu silêncio, retalhos da nat

Contemplação

Conta-se de uma alma muito velha e pesada das cobranças do tempo que enfim tirou uma parte dele para rezar. Deparou-se no meio da bagunça de seu quarto com um pequeno e singelo quadro da Sagrada Família em seu momento mais sublime. Aproveitando a época tão tocada por aquelas figuras e a chegada eminente do Natal pôs-se a falar com o minúsculos quadro que lhe cabia na mão. Após um tempo contemplando silenciosamente – não com aquela solenidade monástica ou comum na pessoas chamadas “de oração”- percebeu que fitava havia um certo tempo a imagem do menino e que sua alma irrompia num diálogo sem palavras, mas de puro enternecimento diante daquela incomum criança. Diante de todos, o menino sorri e ilumina tudo o que está ao redor: “nas trevas surge uma grande luz”. Sua graça, me admira, é de uma criança como as outras a despertar nossos mais profundos suspiros, no entanto, este momento é completado com os ares de uma solenidade majestosa. É o momento em que a pequenez atrai ao mundo com su

Tentativa

Há  coisas que são tão límpidas e claras quanto o vidro , mas quando quebradas podem  ferir tanto quanto uma faca bem afiada. Não importa o quanto você cuide bem do seu  objeto de   vidro, nunca saberá quando ele te deslumbrará ou marcará com um corte  a superfície inocente d e  sua pele.  Eu deixo  exagero sentimental por onde passo, mas é que eu como o vidro se eu não for bem manuseada posso quebrar, e ao  quebrar atingir os outros com meus estilhaços.    É exatamente assim desde que eu me entendo por gente: meus  fragmento s atingindo lugares que eu não controlo por falta de um antecipado controle  d as minhas emoções.  Como o vidro, fico  estagnada,  refletindo tudo com aparente dureza,   as pessoas passam, me olham, mas não me levam para casa porque sabem o trabalho que dou ou posso vir a dar. Sinto muitíssimo o incômodo, não imaginei que  algo  dentro do q ue eu pudesse causaria tanto estrago em tão gracioso ambiente. Permita-me que me retirem e eu possa sair  sem que seja

Me leva

      Descobri que eu não preciso de muito.       Missão é aquilo pelo qual você se dedica todos os dias. É a sua meta ao fim do dia que você às vezes faz mesmo sem saber com excelência por pura obediência. A missão autêntica te ensina a ser melhor não só para competir, mas para auxiliar . Missão te ensina a ter ética, mesmo que você não receba a mais por isso. O contato constante do que eu faço para os outros me ensina mais sobre mim e me faz ser plenamente aquilo que não sabia que era.      Eu cheguei a pensar que para mim não havia missão alguma... mas acho que me enganei mais uma vez . Acontece que os desafios se revelam aos poucos e a gente quase não os percebe por muito menos ainda. Quando viu, pronto. Passou. As marcas que restaram nos joelhos que me carregaram me lembram que precisei de muito para me tornar aquilo que sempre fui. A missão é um eterno ver no escondido. Não precisa que ninguém declare ou te mande. Missão é ir à frente, abrindo corações para Quem mesmo semeia e

Crede et spera - "Crê e espera"

Paramos no momento em que você disse que não tinha feito uma música boa o suficiente e tanto faria se eu gostasse ou não. Você bufou soprando violentamente qualquer sensação otimista que seu trabalho pudesse ter causado, ficaram apenas os olhos distantes e pensativos. Será que não consigo ser bom? Bom para quem? Para o que? Já pensou nisso? Logo você que sempre me disse que não se deve ligar para o que os outros dizem. Agora te vejo aí, caído, cabisbaixo e isso me incomoda menos porque quero te exigir uma força que nem se quer eu mesma tenho e mais porque sei que você saberá como lidar, em breve. Lembra que eu te disse que somos um jardim a esperar o tempo certo da colheita, que tudo crescerá conforme a sabedoria que não nos convém julgar por sermos nós mesmos os trabalhadores, a quem nada interessa além da recompensa. O senhor da messe, este sim se interessa pelo que colheremos e vigia dia a dia nosso trabalho como que para orientar a melhor forma de agir. Siga as instruções. Nunca t