Tomo a liberdade de falar sobre um assunto que me atrai e sempre gera uma enorme sequência de áudios no Whatsapp quando em um grupo ou numa conversa de amigas surge o assunto. Eu sempre detestei o fim das coisas: o final de um filme maravilhoso, um livro que me despertou o interesse, a viagem que eu sempre quis fazer, as férias e até hoje eu sinto uma tristezazinha quando chega o domingo. Porém, o assunto hoje é sobre relacionamentos e términos. Sinto meu peito abrir agora, porque, além de ser algo do qual eu pude experimentar os dois papéis: romper e levar um pé na bunda, sempre consigo tirar algo de maravilhoso de qualquer coisa que aconteça na minha vida. Meu namorado chama isso de “dom de sobrenaturalizar”. Acho que é dom mesmo, ou eu encarnei de fato a Pollyana quando li o livro na infância. O que acontece é simplesmente o fato de eu conseguir hoje olhar para trás e aprender com cada relacionamento que não foi bem-sucedido. FOLLOW THE BAILE – apr
Torno a escrever sem muito afinco Palavras insistentes como uma torneira pingando água num balde que apara aquilo que eu não sei medir As palavras Não sei a métrica que conserva Mas tento seguir o ritmo das orações nos versos ditos apressados pelos supostos fieis A poesia é uma necessidade Que me ampara quando caio das alturas Quando esqueço o que eu sou me mantém fiel a mim mesma A poesia é uma oração dita e vinda tantas vezes com insistência Repetida até ser perdida na monotonia Para, numa iluminação, apreendida ser novamente Escrevia de forma impulsiva Parei de escrever por medo Tornei maior a minha dor Por medo de dizê-la Até o maior dos poetas um dia Analfabeto já foi Eu sou amétrica Sem escola e ainda assim me exponho São necessários anos para fazer uma epopeia que dure mais outros anos Mas quem disse que eu quero ser boa? Eu só quero ser a cada dia mais eu.